Na
política mercantilista dos estados e reinos da Europa, os metais preciosos
ocupavam um lugar muito importante, pois a quantidade de ouro e prata era a
medida da riqueza desses reinos.
Ainda
no século XVI, a descoberta de metais preciosos nas colônias americanas da
Espanha alimentou o desejo dos portugueses de também encontra-los. A ambição
por ouro e prata levou os “paulistas” (colonos da capitania de São Vicente) a
penetrar pelo interior. Estes colonos, experientes no desbravamento dos matos
em busca de nativos para o trabalho escravo, foram chamados de “bandeirantes”.
Na
década de 1690 (século XVII), a busca dos bandeirantes cumpriu seu objetivo com
a descoberta de uma quantidade imensa de ouro de aluvião (encontrado no fundo
dos rios) na região que ficou conhecida como Minas. A notícia desta descoberta
provocou um intenso movimento de pessoas – tanto de Portugal quanto de outras
regiões da América portuguesa – em direção às Minas. A disputa pelo ouro
provocou, entre 1707 e 1709, uma guerra entre os colonos paulistas e
portugueses, que ficou famosa como a “Guerra dos Emboabas”.
Durante
a primeira metade do século XVIII, a região das Minas passou a ser a mais
valiosa do Império Português. Para preservar tamanha fonte de riquezas, o rei
português cuidou de criar condições para a extração e o envio do ouro para
Portugal. Além das vilas (como as de Vila Rica e São João d’El Rei) governadas
por autoridades portuguesas, os reis portugueses d. João V e d. José I criaram
instituições para fiscalizar a cobrança de impostos. Este esforço tinha por
objetivo evitar o contrabando desses metais, que se tornou uma prática
recorrente.
A importância das Minas também mudou o rumo da economia e política
colonial. Um mercado de interno de alimentos, gados e escravos surgiu para
abastecer a capitania e a capital da colônia deixou Salvador para se instalar
no Rio de Janeiro em 1763. A cidade do Rio de Janeiro cresceu em importância
porque se tornou o principal porto da Colônia, no qual desembarcavam os
escravos vindos da África e saiam os metais preciosos em direção a Portugal.
ABASTECIMENTO DA REGIÃO DAS MINAS (SÉCULO XVIII) |
O
progressivo aumento do controle do rei sobre a produção de ouro nas Minas,
principalmente a partir da cobrança de impostos, foi motivo de conflitos
recorrentes entre as autoridades portuguesas e os habitantes das Minas, como a
Revolta de Vila Rica em 1720.
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