1) Introdução
a)
As ideias socialistas: desenvolvidas por
Freiderich Engels e Karl Marx em diversas obras, como O Capital e O Manifesto
Comunista (1848), afirmava que a História era movida pela luta de classes.
A superação do capitalismo viria pela tomada do poder pelos trabalhadores. O
poder popular instituiria uma sociedade igualitária, com o fim da propriedade
privada e distribuição de terras aos camponeses.
b)
A Rússia no século XIX: um império com
vasto território e uma população composta por línguas, costumes e religiões
diferentes. Governado por um monarca absolutista (czar), era um pais em que
ainda existiam privilégios feudais (os senhores feudais dominavam o camponeses
por direitos garantidos pela tradição e pelos czares). No final do século XIX e
no início do século XX, embora a Rússia tenha vivenciado um processo de
industrialização, a maioria da população era camponesa.
c)
O Partido Operário Social-Democrata
Russo: Defendiam a superação da ordem feudal e do absolutismo czarista com a
Revolução Burguesa e a instituição do capitalismo para, a seguir, implantar o
socialismo por intermédio da Revolução. A divisão, em 1903, entre mencheviques
(“minoria”) e os bolcheviques (“maioria”).
2) O ensaio de Revolução de 1905.
a)
O “Domingo Sangrento” (janeiro de 1905):
A Rússia vivenciada uma forte crise social e o czar Nicolau II estava
desmoralizado pela derrota para o Japão na disputa de territórios no Extremo
Oriente. Duzentos mil operários entraram em greve, revoltados com os
baixíssimos salários, a fome e o frio. Em São Petersburgo, um protesto pacífico
de operários em frente ao Palácio de Inverno acaba com a repressão da polícia,
milhares de pessoas feridas e a morte de 92 pessoas.
b)
As greves e revoltas camponesas se
multiplicaram. Numa cidade perto da capital, Moscou, os operários criaram um
conselho (soviete), uma forma de organização em que os trabalhadores eram
eleitos por seus colegas de fábrica e não tinham mandato fixo. O exemplo se
espelhou por fábricas e quartéis.
c)
Em junho, uma revolta de marinheiros
toma o encouraçado Potemkin.
d)
Pressionado pela derrota militar para os
japoneses, pelas greves e revoltas, o czar convoca a Duma (Parlamento) e promete a elaboração de uma nova Constituição.
Após a eleição dos deputados e o recuo dos movimentos reivindicatórios, o czar
suspende os trabalhos da Duma.
3) As Revoluções de fevereiro e
outubro de 1917
a)
A entrada da Rússia na guerra, em 1914,
aumenta a crise social no país.
b) A deserção de soldados que lutavam na
Primeira Guerra, as greves e a oposição de praticamente todos os movimentos
políticos impele a deposição do Czar. O poder foi transferido para a Duma em
fevereiro de 1917.
c)
Os operários e camponeses se organizam
nos sovietes, elegendo seus próprios representantes. Enquanto a Duma buscava manter a estabilidade
social e honrar os compromissos da guerra, os sovietes se empenharam em
reivindicar a saída do país da guerra, terras para os camponeses e melhores
condições de vida e trabalho para os operários (“Paz, Pão e terra”).
d)
As derrotas da Rússia na guerra, a
multiplicação dos sovietes e das revoltas camponesas, o governo entra em crise.
No segundo semestre 1917, os camponeses (mujiques) passam a tomar as terras dos
grandes proprietários e distribuí-las de forma igualitária. Em outubro, os
bolcheviques tomam o poder, invadindo o Palácio de Inverno. Forma-se um governo
bolchevique, liderado por Lênin. Foi reconhecido o direito dos camponeses às
terras e dos operários à direção das fábricas. O governo assina a saída da
guerra.
4)
A
guerra civil (1918-1921) e o comunismo de guerra.
a) Setores
da nobreza e do exército do czar organizaram o Exército Branco com o auxílio de
tropas vindas dos países capitalistas para combater o governo bolchevique, que
por sua vez organizou o Exército Vermelho.
b) Durante
o ano de 1918, o governo bolchevique começou a se mostrar cada vez mais
autoritário. Os sovietes e os sindicatos passaram a ser controlados pelo
governo, perdendo sua autonomia e poder decisório. Nos campos, confiscou a
produção de cereais dos camponeses. Durante a guerra civil, vários setores da
economia foram estatizados, as empresas privadas foram proibidas e a produção
agrícola foi confiscada.
c) Após
o fim da guerra civil – com a vitória
dos bolcheviques – o país estava arruinado. As cidades estavam despovoadas, os
campos devastados e milhões de pessoas morreram. Vários setores entre camponeses e operários passaram a questionar
o autoritarismo do governo bolchevique, reclamando maior autonomia aos sovietes
e sindicatos, a libertação de presos políticos e a investigação sobre a
existência de campos de trabalhos forçados.
d) A
reação do governo bolchevique foi aumentar mais seu autoritarismo, proibindo
todos os partidos políticos e criando o regime de um único partido político – o
Partido Comunista, proibindo também qualquer oposição dentro dele. O argumento
para o autoritarismo era a necessidade de fazer a revolução dar certo na Rússia
para depois expandi-lo para outros países.
5) A NEP - Nova Política Econômica (1921-1928)
a) A
partir de março de 1921, o governo liderado por Lênin criou uma nova política
econômica para estimular a agricultura, combater a fome e aproximar o Partido
Comunista dos camponeses.
b) Com
a NEP foram restabelecidas algumas regras do capitalismo, como a pequena
propriedade privada, a contratação de trabalhadores assalariados e a busca por
investimentos estrangeiros. A NEP recuperou a produção agrícola, mas não obteve
tanto sucesso na indústria.
c) Durante
este período também foi elaborada uma Constituição (1922), em que diversas
Repúblicas passaram a formar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS).
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi criada em 1922, unindo a Russia a outras repúblicas eslavas. Durou até 1991, e foi, junto aos EUA, um dos protagonistas da geopolítica mundial após o fim da Segunda Guerra. Ao conflito político, econômico, ideológico, militar entre a URSS e os EUA deu-se o nome de Guerra Fria.
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