1)
O berço: A Península Itálica
A Península Itálica em finais do século XV.
2)
Por que na Península Itálica?
a)
O Mar Mediterrâneo era o principal centro do comércio europeu e as cidades
italianas de Genova e Veneza dominavam esse comércio.
Gênova e Veneza eram as cidades mais ricas da Península Itálica dos séculos XIV-XVI. As linhas em verde e vermelho descrevem as principais rotas de comércio que ligavam estas cidades a outras regiões do Mar Mediterrâneo.
b)O aparecimento
das Universidades laicas, formando especialistas para os “negócios humanos”. Durante
a Idade Média, as Universidades foram dominadas pela Igreja, que detinham o
domínio do monopólio da produção intelectual, ou seja, do conhecimento escrito.
c) O ensino nas Universidades laicas: O estudo das
atividades humanas e mundanas: Poesia, Filosofia, Gramática, Matemática,
História, Eloqüência (Retórica).
3)
O Renascimento Cultural e Artístico:
A palavra “renascimento” ou
“renascença” foi empregada pela primeira vez em 1550 para expressar a renovação
das artes que ocorria nas cidades italianas. Também referia-se a Idade Média
como um período de decadência das artes e da cultura.
3.1)
Características do Renascimento
a) O Humanismo:
A crença nas possibilidades criativas do ser humano. A expressão escrita do
Renascimento.
b) Antropocentrismo (“O homem é a medida de todas as coisas”): Ao contrário da Idade Média, em que a principal preocupação voltava-se ao conhecimentos das coisas divinas e colocava Deus como a fonte de todo o conhecimento (Teocentrismo), o Renascimento vai dar atenção ao conhecimento do humano e da humanidade.
c) A valorização
do conhecimento e da arte greco-romana. (Classicismo)
d) A crença no
poder da razão humana no conhecimento das coisas humanas e naturais
(Racionalismo e Naturalismo)
4)
O pensamento político renascentista
a) Nicolau
Maquiavel (1469-1527): “O príncipe” (1513) e a arte de conservar o poder. O
estudo do comportamento humano para a dominação do povo pelo príncipe.
b)Erasmo de
Roterdã (1466-1536): “O Elogio da Loucura” (1511) - a crítica à corrupção da
Igreja. Também defendia a liberdade do ser humano em diferenciar o “bem” e o
“mal”.
c) Thomas Morus
(1478 – 1535): “A Utopia” (1516) – A defesa da tolerância religiosa.
Visão medieval do governo dos homens
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Visão maquiaveliana do governo dos homens
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“E, no mundo
dos corpos, o primeiro corpo, isto é, o celeste, dirige os demais, por certa
ordem da divina providência, e a todos os corpos os rege a criatura racional.
[...] Também, entre os membros do corpo, um é o principal, que todos move,
como o coração, ou a cabeça. Cumpre, por conseguinte, que, em toda multidão,
haja um regente.” (São Tomás de Aquino, Do reino ou do governo dos
príncipes ao rei de Chipre)
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Deve o
príncipe [...] fazer-se temer de forma que, se não conquistar o amor, fuja ao
ódio, mesmo porque podem muito bem coexistir o ser temido e o não ser odiado.
Isso conseguirá sempre que não tome os bens e as mulheres de seus cidadãos e
de seus súditos e, em se tornando
necessário derramar o sangue de alguém, faça-o quando existir conveniente
justificativa e causa manifesta. (Nicolau Maquiavel, O Princípe, 1513)
|
5)
O estudo do corpo humano e da anatomia
a) O raciocínio matemático aplicado para
descobrir as perfeitas proporções do ser humano, constituindo-se assim no
modelo ideal de beleza.
Leonardo DA VINCI, O Homem Vitruviano
(1492)
b) Diferente da Idade Média, onde a medicina considerava o corpo humano
inviolável, o corpo humano passa a ser objeto de exploração e observação.
Leonardo DA VINCI, Estudo de
Embriões (1509-14)
b) William Harvey (1578-1657): a descoberta do coração enquanto o
responsável pela circulação sanguínea. Até então pensava-se que o fígado cumpria
essa função.
6)
As descobertas astronômicas
a) Nicolau Copérnico (1473-1543) : a teoria heliocêntrica (os planetas
gravitam em torno do Sol) x a teoria geocêntrica (o Sol, a Lua e os planetas
gravitam em torno da Terra. O universo é finito.)
b) A teoria heliocêntrica colocava em questão diversos dogmas da Igreja,
como a finitude e hermetismo do universo e a associação entre ciência e
teologia. Em obras posteriores a de Copérnico, Giordano Bruno (1548-1600)
defendeu a infinitude do universo e a pluralidade dos mundos existentes. Morreu
na fogueira do Tribunal da Inquisição por suas ideias.
Representações dos modelos geocêntrico e heliocêntrico
7)
A arte renascentista
a) De artesãos (aqueles que trabalham com as mãos) a artistas (a
valorização da criação estética, ou da beleza das obras de arte)
b) O realismo na pintura e na escultura: a preocupação com a perfeição
das formas humanas (anatomia).
c) A perspectiva e a tridimensionalidade: altura, largura e profundidade
(o conhecimento de Geometria, Matemática e Óptica)
A ausência de profundidade na arte medieval.
Iluminuras da Bíblia da Hainburg, A anunciação, 1340.
Atente para os diversos planos existentes na pintura. A sensação de profundidade pôde ser representado devido ao estudo das proporções e da geometria. Nos rostos, a técnica artística permitiu representar a expressividade das feições.
Sandro
Botticelli, A anunciação, 1489.
d) A arte também passou a ser símbolo de poder. A nobreza, o clero,
grandes mercadores e banqueiros patrocinaram os grandes artistas.
A família Médici era uma das mais poderosas da cidade de Florença, na Península Itálica. Eles patrocinavam artistas e humanistas como Nicolau Maquiavel.
Agnolo BRONZINO, Cosimo de Médici em armas, 1550.
8)
A invenção da imprensa
a)Até a invenção da imprensa, os livros eram imensos e escritos a mão
pelo homens da Igreja. Ou seja, a Igreja controlava a produção do que era
escrito e o escrito era pouco difundido.
A produção de livros na Idade Média.
b)O tipo móvel inventado pelo comerciante alemão Johannes Gutemberg possibilitou a maior produção e circulação de livros, fugindo
assim ao controle da Igreja Católica. O
primeiro livro publicado na tipografia de Gutenberg foi a Bíblia em latim.
O tipo móvel inventado por Gutemberg.
Gutemberg e a sua invenção.
A Bíblia de Gutemberg (em latim)
c)A difusão da leitura e a produção de livros nas línguas nacionais (espanhol, italiano, português, francês, etc.). A produção de escritos durante a Idade Média era, em sua maioria, em latim.
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