domingo, 11 de maio de 2014

Para entender a Constituição dos Estados Unidos da América de 1787 e sua importância histórica

Vimos nas aulas anteriores  que a autonomia política foi uma característica importante das Treze Colônias da América do Norte. Vimos também a diversidade social e econômica da colonização, opondo principalmente o Norte com sua agricultura de pequenos proprietários e o Sul escravista.

A luta contra os ingleses pela independência uniu as Treze Colônias, tornadas Estados Confederados em 1777. Porém, esta união voltou-se  apenas a luta comum contra o inimigo inglês. Os interesses diferentes dos Treze Estados tornou a construção da unidade dos EUA uma tarefa muito difícil.

A Constituição dos Estados Unidos da América, promulgada em 1787 com a participação dos representantes de todos os Estados, foi uma obra política planejada pelos founding fathers (pais fundadores). Com a Constituição, formava-se uma autoridade política sobre TODOS OS CIDADÃOS dos treze estados.  Porém, esta autoridade FEDERAL (ou seja, acima dos estados) restringiu-se apenas aquilo sobre o que estava escrito na Constituição, o que já era muito (por exemplo, o direito de estabelecer impostos a serem pagos por todos os cidadãos). Os Estados continuaram  a ter autonomia para fazer leis sobre os outros aspectos da vida social.

Por este motivo, os estadunidenses possuem dupla cidadania, pois estão submetidos à Constituição dos Estados Unidos da América (que desde 1787 permanece a mesma, acrescentada de algumas  emendas)  e a Constituição de seu Estado. A pena de morte é um exemplo de como este sistema funciona. Dos atuais 50 estados, 36 ainda possuem a pena de morte, sendo que a forma de execução também  varia de estado para estado.




AS LEIS SÃO PRODUTOS DA HISTÓRIA. A Constituição dos EUA foi fruto deste conflito entre a tradição de autonomia dos estados e a necessidade de se criar um poder que os unisse.

        A HISTÓRIA TAMBÉM É UMA INVENÇÃO, E O PASSADO PODE SER APROPRIADO PARA ATENDER INTERESSES PARTICULARES.  A segunda emenda à Constituição, de 1791, que concedeu aos cidadãos estadunidenses o direito de portar e usar armas, pode ser explicado pela necessidade do governo dos EUA ainda enfrentar inimigos internos naquela época. Contava, portanto, com a ajuda de seus cidadãos para contê-los. Porém, nos dias atuais, em que as mortes por arma de fogo atingem números alarmantes nos EUA, OS FABRICANTES DE ARMAS DE FOGO  UTILIZAM A SEGUNDA EMENDA PARA IMPEDIR O CONTROLE SOBRE AS ARMAS DE FOGO, ARGUMENTANDO QUE ESTA REGULAMENTAÇÃO SERIA UM ATENTADO A LIBERDADE HISTÓRICA DOS ESTADUNIDENSES E UMA FORMA DO GOVERNO SE IMPOR AOS CIDADÃOS. 

      Como se trata de um tema legislado por uma emenda à Constituição, os Estados não possuem autonomia para fazer leis sobre e a venda e posse de armas de fogo

Para entender o poder da indústria de armas nos EUA, assistam o excelente documentário do estadunidense Michael Moore, Tiros em Columbine (2002). Este filme foi produzido após o massacre de Columbine, em que dois estudantes que sofriam bullying na escola compraram diversas armas e mataram 13 pessoas.

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