1) Definição: A
Primeira Guerra Mundial ou Primeira Grande Guerra foi um conflito armado
iniciado na Europa devido à intensificação das disputas imperialistas entre as
grandes potências europeias do período. Sua abrangência mundial deveu-se a ação
expansionista dos países europeus pela África e Ásia, pelas pretensões
imperialistas do Japão no Extremo-Oriente e o rápido desenvolvimento econômico
e tecnológico dos EUA.
2) O mundo antes da Primeira Guerra
Mundial
a) O imperialismo ou neocolonialismo: Entre
os séculos XVI e XVIII, a conquista e expansão dos países europeus sobre os
territórios em outros continentes possuía como objetivos principais a
acumulação de metais preciosos, seja a partir da descoberta e extração de ouro
e prata; seja através da venda de produtos manufaturados por preços altos e a
compra de produtos agrícolas (como o açúcar) por preços baixos.
Diferente do colonialismo, o neocolonialismo
tinha por objetivos a busca de matérias-primas para as indústrias (ferro,
carvão, cobre), mercados consumidores para seus produtos, áreas onde fosse possível instalar ferrovias e
conceder empréstimos a juros altos. O imperialismo foi fruto do desenvolvimento
desenfreado da industrialização e do capitalismo europeu durante o século XIX,
representado por grandes empresas e bancos que, aliados aos governantes,
buscaram justificar a conquista de territórios junto aos povos a partir do
discurso de exaltação da nação e da pátria.
Os
países pioneiros na expansão imperialista do século XIX foram Inglaterra, França,
Bélgica e Holanda. Após se unificarem politicamente, a Alemanha e a
Itália entraram na corrida imperialista.
Para
ter uma ideia da rapidez do processo imperialista, por volta de 1800, antes da
expansão, os países que eram considerados grandes potências controlavam 35% da
superfície terrestre, em 1878 esse índice já alcançava 67% e nas vésperas da
Primeira Guerra Mundial era de impressionantes 84%.
b) As justificativas ideológicas do
imperialismo
Para dominar e subjugar imensas regiões
e milhares de pessoas era necessário algumas justificativas. Elas existiam e
eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos países imperialistas que se
sentiam superiores às populações dominadas. Entre as falácias que justificavam
essa dominação pode-se citar:
·
A necessidade de levar o progresso e a
civilização para as nações atrasadas. Segundo essa lógica, os povos dominados
eram considerados atrasados e incivilizados e cabia às nações europeias a
missão de civilizar essas regiões .
·
A percepção de que a obtenção de
colônias era um fator que garantia status e prestígio frente às outras
potências europeias, ou seja, para ser uma grande potência era necessário
exibir as suas colônias como troféus.
·
O etnocentrismo, que se baseava na ideia
de que alguns povos eram superiores a outros. Neste caso os europeus eram
superiores a asiáticos, indígenas e africanos.
·
Darwinismo social. Baseado na teoria da
evolução de Darwin, que se propagou com o livro “A evolução das espécies” de
1859. Alguns pensadores se apropriaram das ideias de Darwin, e passaram a
aplicar a teoria da seleção natural às sociedades humanas. Segundo a teoria dos
darwinistas sociais, algumas raças eram biologicamente superiores a outras. Obviamente, os brancos, em especial europeus, eram considerados mais evoluídos e, portanto progrediam mais rapidamente que os negros e asiáticos. Sua superioridade biológica justificava seu direito de, quando em contato com os “selvagens”, subjugá-los. Ou seja, por serem menos evoluídos, a própria regra de
seleção natural estaria condenando essas raças a sua inevitável extinção.
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